O nome, Capriati, remete-nos invariavelmente para as teias de uma qualquer máfia siciliana, praia paradisíaca, ou até para um prato típico italiano.
Descansem, aqui tratamos das coisas ao estilo napolitano, techno puro e duro!
Joseph Capriati começa o ano de 2012 na invejável posição de estar exactamente onde quer, ou seja, na constelação das mais brilhantes estrelas de techno. 2011 foi o ano em que o seu talento e potencial explodiram; impulsionando a carreira do DJ italiano de 23 anos a um ritmo vertiginoso, desde a sua estreia em 2006.
Iniciou 2010 com seus remixes para o EP de Adam Beyer, “Remainings III”, continuando a deliciar os seus fãs com um fluxo constante de produções interessantes, incluindo o lançamento do seu álbum de estreia" Save My Soul " na editora, também napolitana, Analytic Trail. Em 2011 foi alvo de remisturas por mão de outros gigantes do techno (Cari Lekebusch, Fergie), e lançou também vários originais, pela CLR e Drumcode, onde está incluída a massiva “The Gallery”.
Nascido e criado na cidade italiana de Caserta, a menos de 30 km de Nápoles, era natural que um jovem, amante da música, fosse atraído pela cidade para satisfazer a sua curiosidade musical. Tendo crescido sob uma dieta de hip-hop e house clássico, comprou o seu primeiro ‘mixer’ aos 11 anos, tocando para os amigos na garagem, depois da escola.
Até que chegou à idade para ir à sua primeira festa, onde a sua paixão pelo techno ensombrou as suas anteriores influências musicais e pôs em marcha a viagem até ao lugar onde se encontra actualmente.
Como o próprio Joseph lembra: "a primeira vez que ouvi techno foi em Old River Park em Nápoles em 2003. Era uma festa de 12 horas, com Dave Clarke, Billy Nasty e Rino Cerrone. Fiquei totalmente impressionado com o som e algo mudou na minha mente. "
Inspirado e entusiasmado, Joseph fez o salto para a produção; escravizado num computador em casa, aperfeiçoando suas habilidades durante três anos. Durante este período, Joseph regenerou-se.
O que se seguiu foi uma explosão no seu perfil, nas suas produções e actuações. Em 2006 tornou-se residente no novo club underground da cidade, chamado Disco Seven, onde partilhou a cabine com inúmeros internacionais de renome, e conheceu o dono da Globox Records, uma das mais influentes editoras napolitanas de techno.
Conhecimento esse que se traduziu na edição das suas faixas no vinil ‘Formaldehyde’ com o mítico lado B ‘MicrobiotiK’, tocado por nomes como Richie Hawtin, Magda e Paco Osuna. Colaborou ainda nas editoras de Alex Under e Rino Cerrone, embora sem tanto reconhecimento.
No ano seguinte, estreia-se pela editora Analytic Trail com o tema ‘C’est la Vie’, uma das melhores faixas do ano, e que o catapulta para o estatuto de melhor produtor do ano.
Depois do seu primeiro live act, num famosíssimo club de Nápoles, o Golden Gate, diante 4000 pessoas, em Outubro de 2007, Joseph não voltou a olhar para trás; elevou-se, e começou a viajar por todo o globo.
Actuações altamente atractivas por toda a Europa Ocidental, e também Oriental, fez com que começasse a ter aparições regulares nos mais variados eventos, clubs e programas rádio; Awakenings (Amsterdão), Berghain (Berlin), Row 14 (Barcelona), Cassete (Madrid), Forsage (Kiev), Escape Club (Sofia), Studio Martin (Bucareste) e muitos mais. No entanto, o alcance de Joseph vai muito além da Europa.
Já estabelecido na América do Sul, Joseph construiu fortes ligações com o público no Crobar e Inferno (Argentina) e, Carnival, Forum e Der Zoo na Colômbia.
Tocou também em exclusivo no Festival WIRE (Tóquio) e fez aparições no Bar 13 e Dos Torres (Nova York). Sem medo de chegar até as fronteiras da música eletrónica, Joseph viajou para lugares onde o techno ainda se emancipa, África do Sul, Ilhas Maurícias e Honduras, onde desfrutou de alguns dos seus shows mais memoráveis; orgulhoso por fazer parte do desenvolvimento destes movimentos emergentes.
Esta mudança clara e decisiva de abordagem foi fundamental para o sucesso de Capriati. Rápido ao entender o profissionalismo e a determinação necessárias para conquistar uma carreira a solo, a paixão e convicção de Joseph são de fácil observação, tanto na forma como ele faz música, como no modo que a toca.
Com o percurso traçado diante de si, e o impulso “status quo” por detrás, Capriati saúda 2012 com a sua própria previsão do futuro, simples, desde que continue a fazer o que gosta, com a paixão e compromisso com que nos tem brindado.
Este ano Joseph pretende fazer poucos lançamentos, no entanto, fazê-los sob a alçada das melhores editoras. Na calha está já um novo EP intitulado Collabs, uma co-produção com Adam Beyer, a sair durante este mês. Ainda este ano se prevê que lance o seu 2º álbum de originais, e que dê continuação ao mais recente e aclamado projecto Neapolitan Gangsta, onde colabora com os “dinossauros”, também napolitanos, Markantonio e Rino Cerrone.
Este sábado, as paredes do Gare serão evidentemente reforçadas para receber este senhor, e o seu techno com sabor italiano.
See ya'.......
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